Brazil’s Economic Vision
We have a commitment to build a fair society, an inclusive society, with small social inequality.
Interview with Wellington Moreira Franco
We have a commitment to build a fair society, an inclusive society, with small social inequality.
“We have a commitment to build a fair society, an inclusive society, with a small social inequality”
Which are the strategic internal and external challenges for Brazil?
We have a commitment to build a fair society, an inclusive society, with small social inequality. And we are achieving these objectives, because most of our millennium challenges have been fulfilled, also in the social sphere.
“Brazil has raised its cars import rate by 30%. One of the main goals of this rate is to lower the inflow of China’s imports. There for, in September, Brazil enacted important taxes on certain steel products, including cars. “
Why should companies like Peugeot or Volkswagen came to Brazil, since it will not be as interesting and competitive?
That was an initiative that was taken but it’s not being applied just yet. It was a warning to the sector to try to say that we want to maintain a high percentage of production in Brazil.
“In the last two decades, largely due to the government policy, the Brazilian poverty rate fell to half of its prior level. By doing so, the income inequality (measured by the Gini coefficient) has also drastically dropped, diminishing an average of 1, 2% each year. Brazil’s economy will grow 3,6% this year.”
Currently, Brazil is reaping the fruits of its work. In your opinion, what can end the Brazilian miracle?
It’s not really a miracle. It was an option that the Brazilian government made to believe that it’s possible to have an economic growth policy with distribution of income. It means that the social inclusion is a central feature in the Brazilian economic policy.
“The critics of the success history of Brazil say that it was only the result of an extraordinary raise of the basic commodities prices. In addition, one of the main concerns has been the slower growth and the decline in imports, as domestic demand fell in China.”
If the basic commodities prices decreases suddenly, how is Brazil going to deal with the potential shock? Do you think that diversification is necessary for a sustainable growth? Is the Brazilian consumer strong enough to compensate the negative effects of the slowdown of commerce?
That’s a great challenge we have. We need to improve our ability to innovate, to enlarge our enterprise ability, in order to become more competitive. The greatest challenge is the challenge of competitiveness.
“You mentioned in interviews the need to search for new financing instruments outside the federal budget, in the case of more urgent problems, such as partnerships between the public sector and the private sector, and financial instruments of the capital market.”
Why should investors consider a public-private partnership or to invest in Brazilian infrastructures such as airports, transport, ports, etc.? Which are the advantages and the country’s potential?
We have a very large space.We are developing an argument to commit to a green economy as a fundamental commitment. That commitment provides terms for a growth in investment in the agricultural, energy, sanitation and infrastructures fields and, above all, in the technological transfer and production. We think it’s very important that partnerships and relationships with other countries, mainly with European countries, are driven by that commitment. A commitment to invest in those areas in a sustainable way and taking advantage of all the experience and technological innovation that several of the European countries managed to build over that time. A public-private partnership could be a good way to make these investments.
“The strategic goal is to transform Brazil in the 5th largest world economy, ensuring a significant annual economic growth rate, maintaining the impressive reduction rate of social inequality, strengthen the new middle class and strengthen the defense policy which would place Brazil in a unique position worldwide, which is compatible with its economic importance.”
In practical terms, how is the government going to achieve these goals?
Since:
– The current deficit of 2,3% of the GDP that Brazil had in the first semester of this year was made by foreign investors searching for profit because they had a perception of the country’s growth
– The foreign investment in the Brazilian stock market has dropped 17% in the first semester of 2011
– Furthermore, we know of China’s slowdown
We have to understand that the Brazilian economy, the Brazilian reality, is not isolated from the world. We are living times of great change. There is more and more symmetry with the appearance of leadership of countries at a regional level. These indicators, compared to the indicators of the entire world, are of little significance; they even stimulate trust in the future. So, I believe we are going to monitor, accompany step by step this economic reality to see where we’re going.
Which are your plans to make Brazil the 5th world economy?
I repeat: we want to do that. We know we have to organize ourselves but we live in an economic reality which is going to make us adapt our plans, to adapt our goals to the difficulties that the world is experiencing. I believe that, in the next months we can answer that question in a more effective way, because by then we’ll know how the European situation will be.
What’s your vision for Brazil?
More than a vision, it’s our goal. We want to become the 5th world economy but we want it to be inclusive, we want it to have a solid internal market, with a solid middle class.
Nós temos um compromisso de construir uma sociedade justa, uma sociedade inclusiva, com uma desigualdade social pequena.
Quais são os desafios estratégicos externos e internos para o Brasil ?
Nós temos um compromisso de construir uma sociedade justa, uma sociedade inclusiva, com uma desigualdade social pequena. E estamos alcançando esses objetivos, tanto que dos compromissos dos desafios do milênio, vários deles, nos já cumprimos e estamos cumprindo no campo social.
“O Brasil aumentou a taxa de importação de automóveis por 30%. Um dos principais objetivos desta taxa é diminuir a afluência das importações da China. Por isso, em setembro, o Brasil promulgou importantes tarifas sobre certos produtos siderúrgicos, tais como automóveis.
Por que empresas como a Peugeot ou a Volkswagen deveriam vir ao Brasil, uma vez que não será mais tão interessante, já que não será mais competitivo?
Isso foi uma iniciativa tomada mas ela não está em execução. Foi só uma alerta do setor no sentido de dizer que nos queremos manter um percentual de produção no Brasil alto, com um nível de nacionalização alto.
“Ao longo das duas últimas décadas, graças em grande parte à política do governo, a taxa de pobreza no Brasil caiu pela metade. Com isso, a desigualdade de renda (medida pelo coeficiente Gini) também caiu drasticamente, diminuindo, em média, 1,2% ao ano. A economia do Brasil deverá crescer 3,6% este ano. “
Atualmente, o Brasil está colhendo os frutos do trabalho. Em sua opinião, o que pode pôr fim ao milagre brasileiro?
Não é propriamente um milagre. Foi uma opção que o governo brasileiro fez de acreditar que é possível se ter uma política de crescimento econômico, com distribuição de renda. Ou seja, a questão da inclusão social é um aspecto central na política econômica brasileira.
“Os críticos da história do sucesso brasileiro dizem que foi simplesmente um resultado do extraordinário aumento dos preços das mercadorias básicas. Além disso, uma das questões preocupantes tem sido um crescimento mais lento e uma diminuição nas importações, já que a demanda doméstica caiu na China.”
Se o preço das mercadorias básicas cair de repente, como o Brasil vai lidar com um choque potencial? Você acha que a diversificação é necessária para o crescimento sustentável? Será que o consumidor brasileiro é forte o suficiente para compensar os efeitos negativos de um desaceleramento do comércio?
Isso é um grande desafio que nos temos. Nos precisamos melhorar a nossa capacidade de inovação, ampliar a nossa capacidade de empreender, para que nós possamos nos tornar mais competitivos. O grande desafio é o desafio da competitividade.
“Você mencionou em entrevistas a necessidade de buscar novos instrumentos de financiamento fora do Orçamento Federal, no caso de problemas mais urgentes, tais como parcerias entre o setor público e o setor privado, e instrumentos financeiros e do mercado capital.”
Por que os investidores deveriam considerar uma parceria Público-Privado ou investir em infraestrutura brasileira, aeroportos, transportes, portos, etc? Quais são as vantagens e o potencial do país?
Nos temos um espaço muito grande. Agora mesmo estamos desenvolvendo um discurso no sentido de colocar o compromisso com a economia verde como um compromisso fundamental. E esse compromisso abre condições de se ter um aumento de investimentos na área agrícola, na área da energia, na área do saneamento básico, da infraestrutura e, sobre tudo, na transferência e produção da tecnologia. Nos entendemos que é importantíssimo que as parcerias e as relações com outros países, sobretudo países da Europa, devem estar marcadas por esse compromisso. Um compromisso de investir nessas áreas com sustentabilidade e aproveitando toda a balificação e a inovação tecnológica que os diversos países europeus conseguiram construir ao longo desse tempo. Com respeito a uma Parceria entre Público e Privado, poderia ser uma boa maneira de fazer estes investimentos.
“O objetivo estratégico é de transformar o Brasil na quinta maior economia do mundo, garantindo uma taxa econômica de crescimento anual significativa, manter as taxas impressionantes de redução da desigualdade social, fortalecer a nova classe média e fortalecer a política de defesa que colocaria o Brasil em uma posição mundial de destaque, que é compatível com sua importância econômica.”
Em termos práticos, como o governo vai atingir esses objetivos?
Sendo que:
– O atual déficit de 2,3% do PIB que o Brasil tinha no primeiro semestre deste ano foi feito por investidores estrangeiros em busca de ganhar dinheiro que tinham uma percepção de crescimento do país
– O investimento estrangeiro no mercado acionário brasileiro caiu 70% no primeiro semestre de 2011
– Além disso, temos notícias de desaceleração na China
Nos temos que entender que a economia brasileira, a realidade brasileira, não está isolada do mundo. Nos estamos vivendo uma situação de mudança muito significativa, não só na polaridade que havia. Cada vez mais surge uma simetria com o aparecimento de liderança de países em plano regional. Esses indicadores, diante dos indicadores que o mundo vive, são até pouco significativos. Eles até estimulam confiança no futuro. Então, eu creio que nós vamos ter que monitorar, acompanhar passo a passo essa realidade econômica para ver para aonde vamos.
Quais seus planos para que o Brasil se torne a quinta economia mundial?
Eu repito: nos queremos fazer isso. Nos temos clareza que temos que nos organizar para isso mas nos vivemos numa realidade econômica que vai nos obrigar a adaptar os nossos planos, os nossos objetivos às dificuldades que o mundo atravessa. Eu creio que nos próximos meses, poderemos responder essa pergunta de uma maneira muito mais eficaz, porque vamos ter mais clareza sobre como vai ficar a situação na Europa.
Qual sua visão para o Brasil?
Mais do que uma visão, é o nosso objetivo. Nós queremos nos transformar na quinta economia do mundo, mas que essa quinta economia seja inclusiva, que ela tenha um sólido mercado interno, com uma sólida classe media.