Sistema Fibra: Indústria no Distrito Federal

O Presidente da Federação das Indústrias do Distrito Federal, Antonio Rocha da Silva, explica o papel do Sistema Fibra na indústria brasiliense. Também fala da competitividade do setor no Distrito Federal e menciona alguns desafios e oportunidades de investimento no Estado.

Antonio Rocha da Silva

A longo prazo, a competitividade da indústria brasileira está sendo afetada pela força do Real. Há, também, produtos baratos importados da China. Neste sentido, quais são os incentivos para aumentar a competitividade da indústria do Distrito Federal?

O Programa de Desenvolvimento Industrial

a

ponta uma expectativa para o crescimento industrial de Brasília.

Atualmente

, a indústria brasiliense

equivale à 10,2%

 do

PIB

. Com o desenvolvimento de novas indústrias no DF, como a químico farmaceutica, nós acreditamos que alcançaremos os 15% do PIB até 2015.

A indústria brasiliense tem mostrado ser muito competitiva. O motivo que sustenta essa afirmação é que temos conseguido manter nossas exportações em ritmo de crescimento, principalmente no setor da alimentação.

Além disso, as oportunidades de negócios em Brasília são diversas, uma vez que a Capital Federal tem ligação direta com empresas de alta tecnologia. Por exemplo, temos aqui o projeto Cidade Digital. Trata-se de um espaço físico em que o objetivo é atrair investimentos no setor de Tecnologia da Informação para aumentar a cadeia produtiva de diversos setores industriais do Distrito Federal.

Em Brasília, temos ainda o maior Produto Interno Bruto (PIB); representações de importantes instituições brasileiras; o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), além de várias escolas técnicas e universidades para formação do capital humano para a indústria.

Há algum tipo de incentivo especial para atrair investimentos na indústria brasiliense até para que ela possa competir num cenário internacional?

Nós temos o Pró-DF, um programa conhecido na capital por facilitar a aquisição de terras na região do Distrito Federal. Uma vez que a terra é pública, os compradores podem conseguir descontos que podem chegar até 80%, um grande e importante subsídio. O Pró-DF é de extrema importância para a competitividade porque também oferece benefícios fiscais.

Temos também o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste, o FCO, que disponibiliza recursos para os empresários investirem com as menores taxas de juro do Brasil. Além disso, temos financiamentos do BNDES que são importantes alternativas aos investidores que queiram investir no DF.

O maior desafio para os investidores interessados no Brasil ainda é a alta carga tributária. Qual sua opinião a respeito?

A burocracia e a alta carga tributária são dois dos grandes obstáculos na hora de atrair o investidor para o Distrito Federal. Os problemas legais também são uma grande barreira.

Industria

O peso da carga tributária brasileira é muito alto, mas todos esses obstáculos estão sendo discutidos e trabalhados com cuidado para que, em breve, possamos superá-los e, assim, nos tornarmos mais competitivos. Sem essas barreiras, certamente, passaremos mais segurança ao investimento externo.

Qual é a projeção da indústria brasiliense para 2012 e 2013 em termos de exportação e crescimento em diferentes setores do Distrito Federal?

O Programa de Desenvolvimento Industrial (PDI), criado pela Fibra em 2004, aponta uma expectativa para o crescimento industrial de Brasília. Segundo este documento, a indústria brasiliense alcançará 15% do Produto Interno Bruto até 2015. Quando o estudo foi elaborado, estavamos em torno dos 7,2% do PIB. Atualmente, esse número equivale à 10,2%. Com o desenvolvimento de novas indústrias no DF, como a químico farmaceutica, nós acreditamos que alcançaremos os 15% do PIB até 2015.

Muitos países estão tentando atrair indústrias, sobretudo às da Tecnologia da Informação. Por que esses investidores internacionais devem se instalar em Brasília?

O mercado de Brasília é muito atrativo. Não podemos esquecer que temos aqui o maior Produto Interno Bruto entre os estados brasileiros. Além disso, toda a estrutura do governo federal está também por aqui.

A Cidade Digital será acessível a todo mundo?

Há uma licitação pública para atrair mais investidores privados, assim a Terracap, responsável neste sentido, poderá construir a infraestrutura do Parque Cidade Digital.

Qual tem sido a evolução dos membros da Fibra e quais são os planos para 2012 para aumentar a competitividade, a indústria poder livrar-se dos grilhões do passado e seguir em frente?

Temos um excelente diálogo com o Executivo local, além de termos construído há mais de dez anos um excelente canal de defesa de interesses com o Legislativo por meio do acompanhamento diário de assuntos de interesse da indústria na Câmara Legislativa. Defendemos os projetos importantes para o setor produtivo e trabalhamos para reduzir os impactos daqueles projetos que não não 100% benéficos à atividade industrial.

No que diz respeito ao governo, nós temos estabelecido diversas parcerias com o objetivo de trazer mais competitividade para as indústrias do Distrito Federal, como a redução das taxas, mais incentivos e segurança jurídica para as empresas.

Quais são os planos em educação? Em sua opinião, a indústria pode ajudar a reduzir a disparidade social entre as cidades no Brasil?

A indústria é, certamente, uma saída, uma oportunidade real para criar emprego. Em termos de profissionalização, temos o Senai, um dos braços do Sistema Fibra para formação de jovens para trabalhar na indústria. Apenas em 2011, o Senai formou mais de 12 mil trabalhadores cuja capacidade de mão de obra está agora à disposição do setor industrial.

Quais são os grandes nomes das empresas que se instalaram no Distrito Federal?

Há um grande volume de indústrias que eu poderia citar. Temos inúmeras e bem-sucedidas do setor da construção civil que nasceram com Brasília, outras do setor de tecnologia da informação, entre outras. Cito, porém, a Asa Alimentos, uma indústria genuinamente brasiliense; a União Química, uma grande indústria no setor farmacêutico; a Bimbo do Brasil, a Pioner, além de outras.

Brasilia

Você tem uma mensagem para os investidores que consideram Brasília como seu próximo destino? Como a Fibra pode ajudar esses empresários?

Além de todas as vantagens competitivas em investir aqui, nós iremos receber a Copa do Mundo de Futebol, que, por si só, atrairá oportunidade de investimentos em termos de mobilidade urbana, crescimento da rede hoteleira, turismo, etc.

Receberemos também a Copa das Confederações e a 7ª World Cup Games. Na minha opinião, esses eventos constituem uma grande oportunidade para os investidores. Temos carencia em trilhos, rodovias, estradas, metrô, etc. Todas essas oportunidades, portanto, podem ser analisadas como um grande mercado para os investidores.

Na sua opinião, quais setores industrias tem tendência de queda e quais, por sua vez, tem mais futuro no Distrito Federal?

Em Brasília, os setores da construção civil e da tecnologia da informação serão sempre uma tendência de crescimento e podem ser uma boa opção.

Qual seria sua palavra final para nossos leitores?

Brasília é bastante conhecida como a capital política e administrativa do Brasil. Ainda assim, é também uma cidade com muitas oportunidades de negócios. Neste sentido, a Fibra reúne as informações que os investidores precisam ao considerar Brasília e o Distrito Federal como um próximo destino.

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