Açoriana Turismo: Agência de Viagens em Santa Catarina
Joceli Cintra fala sobre turismo em Santa Catarina. Menciona os grandes diferenciais do Estado e alguns desafíos a serem enfrentados na área turística. Também apresenta a Açoriana Turismo, uma agência de viagens especializada em turismo diferenciado.
Como Sócia-Diretora da Açoriana Turismo e Presidente do Conselho Estadual de Turismo, poderia nós apresentar essas duas instituições?
Açoriana Turismo tem uma operadora para venda ao atacado, estrutura para venda ao varejo, atende o Turismo de Negócios e Eventos e possui uma financeira onde disponibiliza soluções relacionadas a investimentos e comercialização de moedas estrangeiras.
A Açoriana Turismo é uma empresa que atua no mercado de Santa Catarina há 25 anos. Trabalhamos com todos os produtos do mercado, nosso diferencial é que promovemos viagens de pesquisas para os destinos que vendemos para nossos colaboradores. Assim garantimos aos nossos clientes atualização constante de informação de viagens, pois conhecemos os destinos turísticos que comercializamos. Essa diretriz empresarial demanda investimentos que retornam à empresa como qualidade no atendimento.
Entendemos que o agente de viagens moderno, não pode vender o que não conhece. O conceito da experiência em viagens para quem comercializa é o que nós torna uma empresa turística diferenciada.
O Conselho Estadual de Turismo, é um entidade representativa do trade turístico catarinense. Lá estão representadas a iniciativa privada (empreendedores do turismo), o poder público e a sociedade civil organizada (terceiro setor). Somos a instância de governo da gestão do turismo. Nossa missão é mantermos e avançarmos na consolidação da política pública do turismo de Santa Catarina e alinharmos as demandas do setor com a política de governo atual.
Quais foram as grandes metas atingidas pelo Conselho Estadual de Turismo?
Dentro da política pública do turismo de Santa Catarina, já é o simples fato de existirmos (recentemente passamos por uma mudança de Governo Estadual). Nós estarmos atuantes e alinhando nosso trabalho com a proposta do Governo atual também é uma grande conquista, pois a minha primeira gestão da entidade tem a consolidação da política pública do turismo existente como principal conquista.
No início de 2012 entregamos ao Governo do Estado um documento (Manifesto do Turismo 2012), onde constam todas as demandas do setor para esse ano, pois estamos nós esforçando para aproveitarmos a realização dos grandes eventos de 2013 (Encontro Mundial de Jovens Católicos no Rio), 2014 (Copa), 2015 (Aniversário do Rio) e 2016 (Olimpíadas). O turismo de Santa Catarina tem muito a complementar o mosaico da diversidade do turismo no Brasil, que estará em evidência nos próximos quatro anos. Temos que buscar a nossa fatia de mercado constantemente.
Quais são os grandes diferenciais oferecidos pela Açoriana Turismo?
Atualmente no turismo, a Açoriana Turismo é um empresa que oferece produtos para o mercado turístico de forma diversificada, pois temos uma operadora para venda ao atacado, temos estrutura adequada para venda ao varejo, atendemos o Turismo de Negócios e Eventos e, desde 2012, temos uma financeira onde disponibilizamos soluções relacionadas a investimentos e comercialização de moedas estrangeiras. O que oferecemos de diferente é um pacote de soluções completas para nossos clientes que viajam pelos cinco continentes.
De um modo geral, como você enxerga o turismo em Santa Catarina nos próximos anos? Qual nicho, setor ou área podem crescer?
O turismo em geral, carece de ações de capacitação e de melhoria na gestão do setor, temos que rumar a excelência na gestão do turismo de Florianópolis e de Santa Catarina em geral.
Vejo como enorme potencial para investimento o setor do Turismo Náutico. O Estado tem um litoral de 508 km e estamos estrategicamente localizados entre os grandes centros urbanos do Brasil e América Latina. Em minhas viagens vejo como o turismo do Estado tem potencial real, para o Turismo Náutico e que em conjunto há espaço para investimentos na rede hoteleira e rede gastronômicas. Vejo que falta investimento de grandes globais de hoteleiras como Hilton, Sheraton e outras redes, pois isto “globaliza” o turismo de “high-end”, ou seja, aquele que gasta mais, mas exige maiores investimentos também.
Como exemplo, sempre falo, que moro em um ilha, onde tem um aterro na Baía Sul, entre o centro da cidade e o aeroporto internacional, que está abandonado. Foi uma área aterrada, foi um choque ecológico e o eco-sistema marinho que existia ali foi enterrado literalmente, e nada foi feito para ocupação do local. Quando se tem um prejuízo ecológico desta dimensão eu creio que deveria se ter um ganho econômico e social.
Também vejo potencial real para ser criado o setor de marinas de Florianópolis, um setor onde tem condições de serem instaladas marinas molhadas e espaço suficiente para a construção de grande hotéis. E, bem ao lado, existe uma comunidade que poderá se beneficiar com a geração de novos postos de emprego ao lado de suas casas.
Enfim, um setor naútico, que poderia estar ativo economicamente, e por meio do Turismo Náutico, gerar riqueza, oportunidades e fazer com que o turismo cumpra seu papel social, que é inclusão social por meio do emprego.
Quais são os grandes potenciais e diferenciais do Estado?
O Estado de Santa Catarina é pequeno em relação com o território do Brasil, mas temos um mosaico social-economico-natural que, para o turismo, é uma grande vantagem e saímos na frente no mercado nacional.
Temos bem trabalhados os segmentos de:
Turismo de Sol & Praia (por 4 meses). A temporada é e será o nosso carro chefe, mas dependemos das prefeituras e do Governo do Estado para melhorar significativamente e urgentemente o abastecimento de água e a implantação de sistemas de esgoto.
Turismo de Negócios & Eventos (durante o ano todo, nas principais cidades do Estado). Na última década consolidamos, em especial Florianópolis, como o terceiro destino de eventos internacionais graças a um grande trabalho feito pelo trade turístico. Joinville, Blumenau, Itajaí, Chapecó e Jaraguá do Sul são cidades que estão se consolidando neste segmento também.
Turismo Cultural. Especificamente o turismo religioso tem se mostrado muito bem estruturado.
Turismo de Aventura. Na Serra Catarinense e na Região do Alto Vale estão se melhorando os equipamentos turístico relacionados ao setor de turismo de aventura.
Ecoturismo. Santa Catarina tem boa parte da mata Atlântica preservada. Temos um esforço para consolidar o fluxo turístico de ornitologia e qualificação da estrutura dos parques estaduais para vincularmos ao mercado turístico, da forma que é feita no Parque Nacional do Iguaçu e no Parque Yosemite na California.
Turismo Náutico. Como falei antes, temos 508 km de praias, estamos a poucas horas de Porto Alegre, Curitiba, São Paulo e Buenos Aires, os maiores mercados da América Latina. Temos condições de nós tornarmos o maior pólo náutico da América Latina.
Turismo Rural. No mosaico que mencionei, ainda temos o meio rural e o modo de vida rural como mais um atrativo turístico no Estado. Santa Catarina foi pioneira no turismo rural no Brasil, em Lages, e hoje é referencia na organização do turismo rural (pelo MTur), devido a iniciativas do terceiro setor e privadas. Agora, o Estado criou o programa SC Rural que deverá levar muita inovação ao campo e por consequência aumentaremos a competitividade deste segmento também.
Deus nos ajudou com diversidade natural (temos praias, montanhas, planaltos, lagoas e vales), a história nos ajudou e nos fez um “melting pot”, e a diversidade cultural do Estado permite que o turismo se desenvolva de forma diferenciada. Agora, nossa luta e qualificar a gestão de tudo isto. Temos que inovar. Inovando na gestão, aceleramos a inovação e a inovação é a base da competitividade do turismo catarinense.
Quais são os desafios enfrentados pelo Estado em termos de turismo?
Como falei antes é inovar. Existem quatro maneiras de inovar no setor. Nós já inovamos nos processos, inovamos nos produtos, inovamos na busca de nicho, mas não inovamos na principal forma de inovação, que é a gestão. As empresas só inovam verdadeiramente quando se muda (inova) a forma de pensar e de planejar, ou seja, a mudança de gestão é a única forma para o turismo de Santa Catarina se manter como um dos 5 primeiros destinos do Brasil. Temos tudo, mas não temos excelência na gestão, temos carência de métodos inovadores de monitoramento. Mudando a gestão do turismo vamos garantir a nossa competitividade.
Quais oportunidades você pode ver neste sector para investidores internacionais?
Investidores internacionais têm grandes oportunidades no turismo de Santa Catarina. O Estado já tem uma indústria tradicional bem globalizada. O turismo se esforça mas ainda não somos globalizados, em todo nosso potencial.
Temos grandes oportunidades para instalação de redes hoteleiras com bandeiras internacionais, para a implantação de novos centros de eventos (o que pode ser uma Parceira Público Privado), e temos oportunidade, devido a enorme carência de novas e modernas marinas. O know-how internacional alavancaria o setor.