Lourenço do Rosário: Intercâmbios Entre Universidades são Fundamentais

Lourenço do Rosário, Reitor da Universidade Politécnica, explica porque é de grande importância incentivar intercâmbios internacionais entre universidades.

Lourenço do Rosário, Reitor da Universidade Politécnica, explica porque é de grande importância incentivar intercâmbios internacionais entre universidades.

“Acreditamos que os intercâmbios podem fazer a diferença entre nós e as restantes universidades. Ao reconhecermos a nossa dificuldade em fazer face a algumas demandas do público sem parcerias com outras universidades, estabelecemos interações que oferecem mais aos nossos alunos do que o que conseguimos oferecer sozinhos aqui em Moçambique. Temos muitos acordos com outras universidades, aliás, há alguns dias atrás, chegámos a um acordo com a qualificada Fundação Dom Cabral no Brasil e estamos tentando propor aos estudantes a possibilidade de frequentar cursos executivos e financeiros no estrangeiro. No entanto, também temos acordos com universidades federais no Brasil e Universidades públicas em Portugal, principalmente o ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa) e a Universidade Técnica de Lisboa”, diz Lourenço do Rosário.

“Nós tentamos penetrar nestas áreas e fazer uma espécie de triangulação. Porque acredito que a cooperação universitária deve promover a multilateralidade e não a bilateralidade. Por isso, tentamos aproximar-nos de universidades angolanas e até chegamos a deslocar-nos a Angola. Infelizmente o processo não avançou porque temos perceções diferentes. Penso que devemos trabalhar mais ao nível da AULP (Associação das Universidades de Língua Portuguesa) por exemplo, limando quaisquer diferenças de perceção e consagrando este nicho de cooperação multilateral. O Brasil, por exemplo, está disponível para esse tipo de triangulação e tem vindo a trabalhar com universidades portuguesas de uma forma triangulada, mas ainda não o faz connosco. No entanto, é uma das nossas metas, porque acreditamos nos ganhos de tal parceria. Infelizmente, ainda estamos a trabalhar de uma forma bilateral e não estamos muito satisfeitos, porque como não conseguimos produzir quadros que consigam estar ao mesmo nível de outros a nível internacional, esse intercâmbio acaba sendo uma prestação de serviços. Mas o que nós queremos é multilateralidade, queremos fornecer ciências, RH, etc., e não só receber o que os outros têm para oferecer”, continua ele.

“Tendo em conta a globalização, não podemos inventar e dizer que podemos oferecer informação tecnológica ou atividades de ponta. Mas em termos de estudos sociais e humanos, acredito que podemos perfeitamente ajudar a fazer crescer o conhecimento. Até porque, muitas vezes, recebemos estudantes de centros universitários que vêm para o nosso país pesquisar essas áreas e acredito que temos possibilidades de ajudar. Graças à nossa realidade atual, podemos perfeitamente ser equitativos na troca universitária”, ele conclui.

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