Marcopolis presents the Mozambique Report focused on topics such as investments, doing business, economy and regional integration, featuring interviews with Mozambican leaders. The sectors under review in this issue are agriculture, banking, energy, industry, telecom, IT, tourism, logistics and many more.
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Lourenço do Rosário é Reitor da Universidade Politécnica, uma universidade Moçambicana com mais de 20 anos de mercado. A Politécnica tem presência em Maputo, Xai-Xai, Quelimane, Nampula, Nacala e Tete.
Lourenço do Rosário, Reitor da Universidade Politécnica, explica porque é de grande importância incentivar intercâmbios internacionais entre universidades.
"Acreditamos que os intercâmbios podem fazer a diferença entre nós e as restantes universidades. Ao reconhecermos a nossa dificuldade em fazer face a algumas demandas do público sem parcerias com outras universidades, estabelecemos interações que oferecem mais aos nossos alunos do que o que conseguimos oferecer sozinhos aqui em Moçambique. Temos muitos acordos com outras universidades, aliás, há alguns dias atrás, chegámos a um acordo com a qualificada Fundação Dom Cabral no Brasil e estamos tentando propor aos estudantes a possibilidade de frequentar cursos executivos e financeiros no estrangeiro. No entanto, também temos acordos com universidades federais no Brasil e Universidades públicas em Portugal, principalmente o ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa) e a Universidade Técnica de Lisboa", diz Lourenço do Rosário.
"Nós tentamos penetrar nestas áreas e fazer uma espécie de triangulação. Porque acredito que a cooperação universitária deve promover a multilateralidade e não a bilateralidade. Por isso, tentamos aproximar-nos de universidades angolanas e até chegamos a deslocar-nos a Angola. Infelizmente o processo não avançou porque temos perceções diferentes. Penso que devemos trabalhar mais ao nível da AULP (Associação das Universidades de Língua Portuguesa) por exemplo, limando quaisquer diferenças de perceção e consagrando este nicho de cooperação multilateral. O Brasil, por exemplo, está disponível para esse tipo de triangulação e tem vindo a trabalhar com universidades portuguesas de uma forma triangulada, mas ainda não o faz connosco. No entanto, é uma das nossas metas, porque acreditamos nos ganhos de tal parceria. Infelizmente, ainda estamos a trabalhar de uma forma bilateral e não estamos muito satisfeitos, porque como não conseguimos produzir quadros que consigam estar ao mesmo nível de outros a nível internacional, esse intercâmbio acaba sendo uma prestação de serviços. Mas o que nós queremos é multilateralidade, queremos fornecer ciências, RH, etc., e não só receber o que os outros têm para oferecer", continua ele.
"Tendo em conta a globalização, não podemos inventar e dizer que podemos oferecer informação tecnológica ou atividades de ponta. Mas em termos de estudos sociais e humanos, acredito que podemos perfeitamente ajudar a fazer crescer o conhecimento. Até porque, muitas vezes, recebemos estudantes de centros universitários que vêm para o nosso país pesquisar essas áreas e acredito que temos possibilidades de ajudar. Graças à nossa realidade atual, podemos perfeitamente ser equitativos na troca universitária", ele conclui.