FUNDE: A Fundação Universitária para o Desenvolvimento da Educação

Lourenço do Rosário, Reitor da Universidade Politécnica, menciona alguns dos programas desenvolvidos pela Fundação Universitária para o Desenvolvimento da Educação.

Lourenço do Rosário, Reitor da Universidade Politécnica, menciona alguns dos programas desenvolvidos pela Fundação Universitária para o Desenvolvimento da Educação.

“Á medida que fomos crescendo como universidade, fomos criando nichos de atividades que nos permitiam oferecer mais serviços e criar mais receitas para a universidade. Nessa altura, percebemos que por sermos uma instituição privada existiam alguns programas educacionais no país para os quais não eramos elegíveis. Não podíamos concorrer a programas educativos de agências de cooperação internacional, ONGs e programas de Estado, e consequentemente desenvolver o nosso trabalho com a mesma competência de sempre”, explica Lourenço do Rosário.

“Nessa altura, achámos que devíamos tentar penetrar nesta área e criámos a FUNDE (Fundação Universitária para o Desenvolvimento da Educação). A fundação vai fazer 3 anos de existência e com ela já fomos capazes de desenvolver programas que até então não podíamos desenvolver, como por exemplo prestação de serviços para as comunidades, oferecendo serviços a grandes empresas que tem tido algumas dificuldades junto das comunidades, por não conhecerem a realidade do pais. Neste âmbito, podemos desenvolver a relação entre as partes. Com a Anadarko por exemplo, desenvolvemos uma pequena formação interpessoal e intercultural, através de cursos para moçambicanos que visavam dar a conhecer os estrangeirados, e cursos para os estrangeirados que davam a conhecer a realidade moçambicana. Isto correu muito bem. Oferecemos estes serviços, porque por vezes pequenos equívocos na comunicação podem trazer grandes conflitos para as empresas e estas empresas pretendem evitar estas questões. A Vale por exemplo teve uma experiência negativa em Tete, ao tentar o reassentamento das populações, visando estabelecer as suas atividades mineiras. O erro foi terem trabalhado apenas com o governo, deslocando as populações e criando espaços comuns para inserir pescadores, artesãos, agricultores, etc., dando azo a grandes conflitos, não só entre as pessoas realocadas, como junto ao governo e à empresa. Ao termos tido conhecimento desta experiência negativa, aproximámo-nos da Vale e neste momento estamos desenvolvendo um trabalho de grande envergadura para eles. O nosso papel é trabalhar com as populações, sensibilizá-las, fazendo-as aceitar os novos espaços e acompanhar a sua adaptação. Quando o projeto terminar, as populações ficarão estabelecidas e tudo será resolvido. Este é um programa de 3/4 anos. Está a correr bem”, continua ele.

“Também estamos desenvolvendo programas ligados a créditos bancários junto aos bancos nacionais, em nome do mercado informal. Foi realizado um programa piloto com a agência francesa de cooperação, que nos permitiu fazer uma formação de gestão financeira e bancária junto destes pequenos negociantes”, ele acrescenta.

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