Marcopolis presents the Mozambique Report focused on topics such as investments, doing business, economy and regional integration, featuring interviews with Mozambican leaders. The sectors under review in this issue are agriculture, banking, energy, industry, telecom, IT, tourism, logistics and many more.
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Lourenço do Rosário é Reitor da Universidade Politécnica, uma universidade Moçambicana com mais de 20 anos de mercado. A Politécnica tem presência em Maputo, Xai-Xai, Quelimane, Nampula, Nacala e Tete.
Lourenço do Rosário, Reitor da Universidade Politécnica, menciona alguns dos programas desenvolvidos pela Fundação Universitária para o Desenvolvimento da Educação.
"Á medida que fomos crescendo como universidade, fomos criando nichos de atividades que nos permitiam oferecer mais serviços e criar mais receitas para a universidade. Nessa altura, percebemos que por sermos uma instituição privada existiam alguns programas educacionais no país para os quais não eramos elegíveis. Não podíamos concorrer a programas educativos de agências de cooperação internacional, ONGs e programas de Estado, e consequentemente desenvolver o nosso trabalho com a mesma competência de sempre", explica Lourenço do Rosário.
"Nessa altura, achámos que devíamos tentar penetrar nesta área e criámos a FUNDE (Fundação Universitária para o Desenvolvimento da Educação). A fundação vai fazer 3 anos de existência e com ela já fomos capazes de desenvolver programas que até então não podíamos desenvolver, como por exemplo prestação de serviços para as comunidades, oferecendo serviços a grandes empresas que tem tido algumas dificuldades junto das comunidades, por não conhecerem a realidade do pais. Neste âmbito, podemos desenvolver a relação entre as partes. Com a Anadarko por exemplo, desenvolvemos uma pequena formação interpessoal e intercultural, através de cursos para moçambicanos que visavam dar a conhecer os estrangeirados, e cursos para os estrangeirados que davam a conhecer a realidade moçambicana. Isto correu muito bem. Oferecemos estes serviços, porque por vezes pequenos equívocos na comunicação podem trazer grandes conflitos para as empresas e estas empresas pretendem evitar estas questões. A Vale por exemplo teve uma experiência negativa em Tete, ao tentar o reassentamento das populações, visando estabelecer as suas atividades mineiras. O erro foi terem trabalhado apenas com o governo, deslocando as populações e criando espaços comuns para inserir pescadores, artesãos, agricultores, etc., dando azo a grandes conflitos, não só entre as pessoas realocadas, como junto ao governo e à empresa. Ao termos tido conhecimento desta experiência negativa, aproximámo-nos da Vale e neste momento estamos desenvolvendo um trabalho de grande envergadura para eles. O nosso papel é trabalhar com as populações, sensibilizá-las, fazendo-as aceitar os novos espaços e acompanhar a sua adaptação. Quando o projeto terminar, as populações ficarão estabelecidas e tudo será resolvido. Este é um programa de 3/4 anos. Está a correr bem", continua ele.
"Também estamos desenvolvendo programas ligados a créditos bancários junto aos bancos nacionais, em nome do mercado informal. Foi realizado um programa piloto com a agência francesa de cooperação, que nos permitiu fazer uma formação de gestão financeira e bancária junto destes pequenos negociantes", ele acrescenta.